DAVIDE CRISTALO
Conhece o diretor geral de Itália: história, estratégia e objetivos no paÃs da massa e das pizzas.Depois da entrada em Portugal em 2019, a La Casa de las Carcasas aterrou em Itália em Agosto de 2020. Após a primeira abertura rapidamente chegou à s 7 lojas, contando hoje em dia com 8 espaços. 2021 promete!Â
Hoje entrevistamos David Cristallo e contamos tudo sobre a sua apaixonante vida, como está a viver esta aventura e muitas mais curiosidades. Â
«Milanesi» (de Milão) de nascimento, com idade acima da média na empresa, focado e com uma linda filhota de 5 anos. Assim se define sucintamente o Davide.Â
Terminou os seus estudos e trabalhou primeiro como comercial e depois como Area Manager no negócio de livros de arte.Â
Abriu uma loja de videojogos, quase que «por brincadeira», que acabou por funcionar muito bem, levando assim a que desenvolvesse durante mais de 10 anos uma pequena cadeia de lojas especializas em videojogos juntamente com 3 lojas online. Foi sempre acompanhado por Emanuel Marras que agora também trabalha connosco em Itália para nos ajudar a crescer.Â
Em 2010 vendeu a empresa à Gamestop (uma multinacional lÃder no setor) e entrou na empresa como gerente.Â
Deixou a Gamestop em 2019 para ocupar o posto de diretor geral de uma empresa de capas e acessórios para telemóveis que inesperadamente teve que enfrentar inúmeras dificuldades financeiras. Acabou por se dedicar ao mundo da consultoria, trabalhando com TIM (empresa de telecomunicações), AWLab e uma cadeia de reparações de telemóveis.
Em Março de 2020 chegou à nossa famÃlia verde!Â
(Entrevista feita originalmente em italiano. Traduzida e adapta a Português)
1. Porquê e quando é que começou o processo de expansão da La Casa de las Carcasas a Itália? (desde o momento em que se decide abrir as lojas italianas, o interesse pela marca, a eleição da cidade de Milão para receber a primeira abertura, o estudo de mercado etc)Â
LCDLC contratou-me no dia 1 de Março, exatamente 8 dias antes do encerramento por causa do COVID-19. Não quero nem contar as dificuldades e o que passamos nesse perÃodo, podem imaginar… Â
Porquê Itália?
Porque o mercado das telecomunicações é maior que o espanhol (com algumas diferença, por exemplo aqui usa-se muito mais Apple do que em Espanha), porque a capacidade financeira da população é maior (os custos também são maiores) e porque aos italianos podes tirar-lhes tudo menos música, férias e o telemóvel.Â
Porquê Milão?
Porque é a capital económica de Itália onde esta presente as sedes das empresas maiores, porque é a capital da moda, porque é uma cidade cosmopolita e de rápido crescimento. A La Casa de las Carcasas só podia começar em Milão.Â
Concorrência em Itália?
Existe mas está muito fragmentada, podemos resumir assim:
– As lojas especializadas são mais fracas do que as em Espanha;Â
– As grandes superfÃcies e lojas de eletrónica, como Mediaworld ou Euronics, estão melhor equipadas e são mais competitivas que as espanholas.Â


 2. Conta-nos como foram estes primeiros 6 meses para a La Casa de las Carcasas em Itália (e o mercado italiano)Â
Foram incrÃveis, mas também muito difÃceis. Abrir uma empresa desde o zero nunca é fácil, falta tudo e é necessário criar e construir tudo. Fazê-lo durante uma pandemia e num idioma que começaste a falar pela primeira vez a 1 de março complica ainda mais as coisas. Felizmente, recebemos muita ajuda dos nossos colegas espanhóis e construÃmos uma equipa muito forte aqui em Itália, pelo que foi possÃvel avançar rapidamente.Â
3. Fala-nos das dificuldades que enfrentaste. Qual foi o impacto da pandemia do COVID19 nesta fase inicial?Â
As dificuldades que encontramos foram:
1) Pandemia. O governo muda as regras do dia para a noite, as pessoas são contratadas e têm medo de se comprometer porque não querem perder a estabilidade que têm e a marca é desconhecida, as lojas fecham do nada. A dificuldade para nos mexer e os atrasos da complicada burocracia italiana, nomeadamente o facto de não termos direito a quaisquer ajudas económicas porque somos uma empresa nova e portanto não podemos demonstrar perdas referentes a anos transactos.Â
2) O idioma. O italiano e o espanhol são similares mas falar de negócios é diferente, ainda para mais quando se trata de falar verbalmente.Â
Nos primeiros meses usamos sempre ferramentas de tradução e ainda hoje em dia usamos por vezes. É preciso sabermos adaptar-nos e ultrapassar as dificuldades.Â
Hoje em dia falo uma espécie de «espanhol-italiano» mas acabamos por nos entender todos sem problemas.
3) As diferenças culturais. É verdade que os italianos e o espanhóis são muito parecidos mas cada povo tem o seu próprio caminho, tradições e ideias. Por exemplo, para nós não usar telemóveis em loja foi algo muito difÃcil de aceitar mas acabamos por conseguir.Â
4. Podias dar-nos alguns detalhes sobre as estratégias utilizadas para as primeiras aberturas e qual foi o maior desafio considerando as dificuldades enfrentadas?Â
A estratégia foi tentar replicar o modelo espanhol da forma mais fiel possÃvel e fazer com que a equipa se sinta parte da empresa. Trabalhamos muito, muito, e temos que sentir-nos bem e contentes com o que fazemos e como é feito. Os problemas existem, enfrentam-se e resolvem-se. Aqui é fácil: levanta a mão e ouvem-te.Â
As empresas são formadas por pessoas e um bom gerente não pode esquecer isto. Levo comigo duas frases que resumem o que estamos a desenvolver juntos:Â
«Trabalha muito, diverte-te, sê bom com o próximo.»
«Empenha-te, sê humilde e sonha em grande .»
Estou convencido que a liderança é melhor que a autoridade. A minha equipa segue-me a 100% nisto e eu estou feliz por isso. Â
O maior desafio, e creio que é o maior desafio de todos nós, é começar a pensar como uma multinacional e não como uma empresa espanhola que abriu em Itália ou uma empresa italiana que abriu uma marca espanhola em Itália.Â
Estou convencido que a LCDLC tem um potencial infinito para funcionar bem em qualquer lado, e isto não é possÃvel sem todos sentirmos parte deste processo de mudança, sem perder os valores da famÃlia e da empresa. Â

5. Quais são os próximos objetivos e como vês o futuro da La Casa de las Carcasas em Itália?
A nossa visão é fácil: a LCDLC ser a número um no seu setor em Itália. Em relação à Europa, deixo a palavra ao Ismael, mas conhecendo a sua ambição e determinação, não tenho dúvida a respeito disso.Â
Em relação à missão, contamos abrir 12 lojas em cerca de 5 meses, sendo que deveremos abrir pelo menos 300 nos próximos anos e asseguraremos que todos os nossos clientes estarão sempre felizes connosco.
Já assinamos contratos para abrir mais 9 lojas nos primeiros meses do ano e devido à situação do COVID19 será mais fácil encontrar novos espaços em 2021.
6. Descreveste-nos os primeiros meses da La Casa de las Carcasas em Itália, agora conta-nos sobre ti como gerente. Que tipo de relação tens com a tua equipa e o que significa representar a marca em Itália?Â
Para mim é uma honra representar a LCDLC em Itália e vejo muitas semelhanças entre todos os povos, provavelmente a nÃvel europeu são os mais parecidos entre si. Acredito que abrir em Roma, Florença, Veneza, Nápoles, Milão é um motivo de orgulho para todos nós, não só para os italianos. Como gerente, não acredito que faria algo se não estivesse rodeado de uma equipa forte e se não pensasse como empreendedor e não como gerente.Â
O dia em que poder ir de férias durante 2 semanas sem ter que responder a urgências por telemóvel ou email, significa que terei feito bem o meu trabalho em Itália e que a minha equipa será autónoma e estará pronta. Levará tempo, mas conseguiremos.
Sempre trato de confiar na minha equipa e acredito que as pessoas devem ser livres de cometer erros para aprender com eles; isto passa para o outro lado e desta forma encontro transparência e vontade de fazer e aprender. Não há possibilidade de recuperar para os que roubam, para os que mentem ou para os que tratam mal os campanheiros. Os gerentes de lojas e os area managers estão no mais alto organigrama da empresa e existe a sede central para os orientar e apoiar. Â
7. Gostarias de deixar alguma mensagem à equipa da LCDLC?
Obrigado pela oportunidade em meu nome e em nome de toda a equipa de Itália. Quando passar esta maldita doença teremos oportunidade de encontrar-nos em pessoa e trocar opiniões, experiência e pontos de vista.
Um abraço a esta grande famÃlia que não nos podia receber de melhor forma!
